segunda-feira, 7 de outubro de 2013

OUTUBRO ROSA


OUTUBRO ROSA

Outubro Rosa é um movimento internacionalmente conhecido que simboliza a luta contra o câncer de mama. Um mês que reforça para as mulheres a importância da prevenção dessa doença, por meio do diagnóstico precoce. No Brasil há o registro de uma média de 52 mil novos casos por ano. Segundo o mastologista e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Seção Goiás, Juarez Antônio de Sousa, em Goiás são 1300 novos casos por ano, e em Goiânia 360.

O Governo de Goiás já iniciou as ações referentes ao Outubro Rosa. Neste ano, a Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira), em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde, está realizando diversas atividades incentivando e informando a importância de realizar o exame de mamografia. Durante este mês, em datas  alternadas, serão promovidos mutirões de exame de mama em todas as regiões de Goiás.

O Hospital Alberto Rassi (HGG) já está com a fachada toda rosa.  A Goiás Turismo também abraçou a causa e no próximo dia 9, às 9 horas, o mastologista Juarez vai proferir palestra sobre a prevenção ao câncer de mama para as servidoras da Goiás Turismo.

Vencendo a batalha

Quem sabe bem da importância da prevenção do câncer de mama é a psicóloga Maria Irenilde Moraes, 43 anos. O dia 28 de abril de 2012 ficou marcado em sua memória. Disciplinada em fazer a prevenção de seis em seis meses porque há históricos de câncer na família, a confirmação da doença, em estágio inicial, estava no resultado da mamografia. Irenilde revela que naquele momento o mundo parecia desmoronar. Em pouco tempo teve as forças renovadas e em menos de uma semana ela fez a cirurgia. Segundo o mastologista Juarez Antônio se o câncer de mama for descoberto no início, a chance de cura é de 90 a 100%. Se descobrir no estágio 4, por exemplo, a cura é abaixo de 10%.

Com um nódulo de pouco mais de um centímetro na mama direita, Irenilde sabia que a cirurgia era o primeiro passo diante de uma batalha longa que teria de vencer. Eram necessárias sessões de quimioterapia – tratamento que utiliza medicamentos para destruir as células e a radioterapia – tratamento que utiliza radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. (Entenda sobre os tratamentos através do site do Instituto Nacional do Câncer).

A quimioterapia gerou efeitos colaterais como enjoo, dor de cabeça, falta de apetite, além de inchaço. Mas o que mais causou desconforto para ela foi a queda dos cabelos. Depois da primeira sessão, ela já cortou todo o cabelo. “Para cada tanto de cabelo que caía, ia um pedaço meu embora”. Após seis sessões de quimioterapia e 20 de radioterapia, Irenilde retornava ao médico de três em três meses para fazer todos os exames novamente, o que gerava ansiedade diante dos novos resultados. “Uma pessoa que não teve câncer vai pegar um resultado e já fica apreensiva, agora imagina uma pessoa que já teve câncer…”.

A segurança foi aumentando diante de cada resultado que mostrava que tudo estava bem. Agora ela precisa retornar de quatro em quatro meses. Irenilde ressalta que a doença transformou sua vida para melhor. “Hoje vejo que o câncer foi um lição de vida e me tornei uma pessoa muito melhor. Eu prefiro a Irenildes de hoje do que a de antes”. Com o apoio da família e amigos, ela também encontrou no trabalho força para vencer esta luta.

Irenildes é psicóloga e afirma que o trabalho foi uma fonte de energia positiva. Entrou de licença pelo hospital que trabalhava, mas continuou atendendo os pacientes no consultório, que ficavam impressionados com sua garra. “Nunca fiquei revoltada no sentido de questionar Deus, do porquê comigo. Eu sempre pedia a Deus para me dar força para enfrentar”.

Os belos lenços

A queda de cabelo durante o tratamento é uma etapa que fere a vaidade de muitas mulheres, mas não foi um empecilho para que a psicóloga deixasse que sua autoestima caísse. Usava lenços, eram mais de 40. “Cada um mais bonito que o outro”. A maquiagem também não faltava. Agora, orgulhosa do cabelo, ela doou seus lenços para mulheres do Hospital Araújo Jorge.

Irenildes aconselha todas as mulheres a fazer o exame de prevenção. “Fazer prevenção é cuidar da gente, ninguém pode fazer isso pela gente. E muitos não fazem por medo. E o conselho que tenho é tentar encarar isso. É melhor descobrir uma coisa precoce e ter chance de cura ”, conclui.

Cuidar da saúde

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Seção Goiás, Juarez Antônio de Sousa, ressalta a importância de as mulheres realizarem o autoexame a partir dos 20 anos de idade, mensalmente, após o período menstrual. Também a irem a um ginecologista ou mastologista. É através do autoexame que a mulher pode sentir um dos sintomas, que é a presença de nódulos (caroços), duro e fixo.

A mamografia também é importante. “Tem nódulos tão pequenos que a mão não consegue detectar, mas a mamografia consegue”, afirma o médico.  Mulheres que têm histórico na família devem começar a fazer o exame aos 30 anos. Já as que têm risco normal a partir dos 40 anos. Outras medidas preventivas são fazer atividade física, não fumar e não beber, além de manter uma alimentação saudável e controlar o estresse. Segundo o mastologista, a mortalidade devido ao câncer de mama fica em torno de 20%. “Se pegar 50 mil casos de câncer de mama, em torno de 10 mil irão ao óbito por ano”, conclui o médico.



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